quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Como estabelecer limites na Educação Infantil


Como estabelecer limites na Educação Infantil

         Educar não é uma tarefa fácil, talvez seja a mais difícil da vida, pois demanda atenção por um tempo. Acreditamos que a Educação Infantil é a fase mais importante do desenvolvimento da criança, onde se criam as bases para uma vida saudável, e, por isso a importância de saber lidar com essas crianças.
Impor limites deve ter um equilíbrio, respeitando o universo da criança que é um ser ativo e pensante, sempre envolvido por regras e condutas que sejam adequadas a cada família, considerando os parâmetros sociais vividos por elas.
            É importante relembrar que as regras devem ser justas e também ser explicadas, e também,  não estabelecer proibições em demasia.
            É função dos pais dar estímulos aos filhos de conviverem bem com os outros, mostrando que ser homem não é sinônimo de ser grosseiro. Ser espontâneo não significa falta de educação. É importante passar às crianças que ser gentil e ter respeito, é essencial para se ter um bom convívio. Esses comportamentos errados não podem ser aceitos.
Ao se falar em pais, se inclui o pai e mãe, pois a educação é responsabilidade do casal, e não apenas da mãe, que na maioria das vezes, passa mais tempo com os filhos e torna-se responsável única por este papel. As crianças são fruto da união de duas pessoas que juntas, mesmo quando separadas conjugalmente, devem encontrar uma forma coesa de educação. Nunca um deve contradizer o outro, pois se o pai disse não a mãe não pode se intrometer. Se um não concordar com o outro, em outro momento, em que os filhos não estejam presentes, devem conversar.
As crianças procuram novos desafios, isso porque o que realmente buscam é alguém que possa fazê-las parar, alguém que diga que ela não pode tudo, e que determine o que lhe é permitido. Quando os pais não se sentem seguros o suficiente para exercer este papel, elas passam a desafiar a todos (tios, avós, professores...) o tempo todo, na desesperada tentativa de encontrar alguém que ocupe esse lugar de autoridade.
Uma criança frente a qualquer frustração, sempre vai reagir de maneira raivosa e chorosa ou até agressiva. Cabe a quem cuida saber suportar essa reação que está dentro da normalidade, embora seja desagradável. Não valorizando suas crises de birra, mantendo-se firme no “não” que lhe é dado.
Quando há algum material que ela quer explorar e não pode, mostrar claramente que não se quer que ela mexa porque “isto é meu e eu não gosto que mexam”, oferecendo então uma atividade substituta pela qual se interesse. Estabelecer regras básicas e mínimas com a criança sobre os materiais que ela pode e não pode mexer, sobre o que pode e não pode fazer, mantendo-se firme dentro dessas regras.
Oferecer espaços amplos para brincar, permitindo fazer atividades ruidosas, correr conforme gosta, subir, chutar, jogar bola, enfim, possibilitando atividades físicas, o que dá à criança possibilidades de movimentar-se e a sensação de liberdade, que precisa nesta faixa etária.
Dar a possibilidade de brincar com materiais reversíveis como água, terra, areia, comer com as mãos (bolos, biscoitos,...), e, principalmente, tolerando que ela se suje.
Iniciar o brinquedo do “faz de conta”. Fazer em casa e na escola com a criança atividades curtas, como joguinhos simples de armar, estimulando-a a terminar a atividade. Isto a ajuda a obter um senso de disciplina e lhe dá a sensação de que é capaz de realizar uma tarefa completa.
            Valorizar qualquer atividade que ela consiga fazer sozinha. Não tolher as iniciativas da criança, deixando-a fazer aquilo que pode (começar a vestir-se sozinha, etc.).
            Procurar manter os brinquedos numa prateleira ou local ao alcance da criança, deixando-a retirar os brinquedos, espalhá-los no chão de acordo com a sua vontade, e no final do brinquedo, incentivá-la a guardá-los no lugar adequado.
Não valorizar suas brigas e agressões, mas interferir, dizendo, por exemplo: “Não gosto que batas, porque dói e eu não gosto de sentir dor”; dando as explicações de acordo com os sentimentos da pessoa que está interagindo com ela. Levá-la a compreender o significado de expressões fisionômicas que expressam alegria, tristeza, raiva e dor.
Se o adulto sentir raiva por algo que a criança fez, o manejo adequado é dizer-lhe seus sentimentos, explicitar que se irritou. Com isso,  a criança aprende que os adultos também são humanos, e, que algumas vezes, se exaltam, e que seu relacionamento com eles pode sobreviver às brigas.
A criança capta os sentimentos dos adultos e passa a agir de acordo com as expectativas que são depositadas nela, portanto, não comente com outros na sua frente suas birras, teimosias,...
Responder às perguntas da criança sobre qualquer assunto de maneira simples, honesta, e de acordo com o seu nível de compreensão. Não mentir e também não dar explicações muito grandes e muito científicas, pois ela é ainda incapaz de compreendê-las.
 Andressa Citton
Psicóloga

Nenhum comentário:

Postar um comentário